E a vida é assim ...

... ganham-se algumas vezes e perdem-se outras.

Lembram-se do "C4"? Acho que dia 16 salvei uma vida, hoje perdi outra ...

A minha "Vickie" já tinha 17 anos e meio, vivia em casa da minha mãe. Ela adoptou-me assim que lá chegou a casa e eu "abandonei-a" quando casei e mudei de casa. No dia do casamento, as noivas às vezes têm perto de si uma amiga, a irmã, a mãe, eu tinha a minha gata tigrada de raça comum europeu. Observava, cheirava mas esteve sempre ali ao pé de mim a ver a minha transformação e a sentir que as coisas iam mudar. Houve um dia que até a levei à minha casa nova e ela odiou. E eu não a pude obrigar a ficar lá e fui levá-la para a casa dela, foi um tormento, enrolada numa toalha esgatanhava tudo e todos, a força era tanta que eu tinha dificuldade em segurá-la para não me fugir.

Mas ficamos sempre com um sentimento especial, ela sentia a minha falta e eu a dela, mas quando estávamos juntas existia um carinho muito grande. Ela não podia era ver ou ouvir o meu marido que fugia logo, nem se dava ao trabalho de se cruzar com ele. Quando o meu filho nasceu, também não gostava dele, soprava-lhe e houve uma vez que o arranhou, mas últimamente já tolerava a presença do garoto, ensinei-o a observar o seu comportamento e a dar-lhe espaço quando ela o demonstrasse ... correu muito bem.

A "Vickie" adoeceu repentinamente e em cerca duma semana desidratou e à cerca de 2 dias teve algo parecido com uma trombose, não conseguia por-se de pé, rastejava e deixou de miar. O estado dela era grave.

Ontem à noite tive oportunidade de estar com ela, de falar com ela, de a mimar, perdi o meu olhar naqueles lindos olhos verdes.

Hoje, 20 de Setembro de 2010, às 13.00 horas, adormeceu ...

Fica em paz "Vickie"